SERVO DE DEUS DOMINGOS EVANGELISTA PINHEIRO
Na cidade de Caeté, situada ao sopé da Serra da Piedade onde se encontra o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, nasceu, no dia 21 de julho de 1843, Domingos Evangelista Pinheiro.
A vocação de Domingos nasceu ao frequentar o Santuário de Nossa Senhora da Piedade e ao contemplar mulheres negras piedosas que, enquanto lavavam roupas, cantavam o cântico de Nossa Senhora: “no céu, quando ó, Rainha, poderei, poderei te amar? No céu, quando ó, Maria, me darás, me darás um lugar!” (Pioneiro – pág. 15). Essas singelas melodias à Virgem, este cântico de misericórdia, suscitaram-lhe o desejo de ser padre.
Aos quinze anos de idade, em 1859, ingressou-se no Seminário de Mariana. Sua ordenação aconteceu no dia 17 de janeiro de 1869.
De saúde precária, sofreu a vida toda com fortes enxaquecas, dores no estomago e, no fim da vida, com inchaço nas pernas. Mas nada o impediu de lutar na vida e de vencer todas as adversidades.
Como sacerdote, Monsenhor Domingos fundou, em 26/09/1875, a Irmandade de Nossa Senhora da Piedade para cuidar dos bens da Serra da Piedade bem como do Santuário. Em 18/02/1876, criou o Jubileu no Santuário Nossa Senhora da Piedade que acontecia, anualmente, de 15 a 22 de agosto. Em 25 de agosto de 1878, fundou o Asilo São Luís para cuidar das filhas de escravos libertas pela Lei do Ventre Livre.
No intuito de continuar a obra iniciada na educação das meninas filhas de escravas, Domingos, sabendo-se mortal, fundou, em 28 de agosto de 1892, a Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade. O Servo de Deus queria que as Auxiliares da Piedade fossem mulheres geradoras de vida: na Educação, libertando as mentes escravizadas, promovendo a formação humana e intelectual; na área da Saúde, confortando e curando os enfermos, gerando esperança e vida digna; na Igreja, auxiliando os sacerdotes na missão de proclamar a Palavra e; enfim, na hospitalidade, acolhendo com alegria a todos sem distinção.
O Servo de Deus Domingos Evangelista Pinheiro foi um homem humilde, justo e trabalhador. Para manutenção de sua obra, ele realizou diversas atividades laborais, no Asilo São Luiz, Caeté, MG:
- Atuou como produtor rural cultivando o plantio de café, arroz, banana, uva, mandioca, feijão, cana, milho, verduras e legumes. Em suas terras, também criava aves, equinos, bovinos e suínos.
- Foi convidado a fazer parte da associação dos agricultores. Para ajudar o estado de Minas que passava por crise econômica e sustentar os que estavam sobre seus cuidados, constituiu uma empresa com a produção de farinha de banana e a fabricação de trabalhos artesanais de fibra de bananeira. Criou industria caseira de doces, licores, vinho e cerveja.
- Administrou, com zelo e transparência, os bens da Igreja.
- Em período de carência de alimentos, contou com a Providência Divina e, por diversas vezes, milagrosamente, foi atendido.
- Para angariar mais recursos para suas obras, criou uma confecção de roupa para presos.
- Abriu o serviço de hospedagem, acolhendo pessoas para descansar, rezar e fazer estudos de plantas medicinais.
- Para os que estavam desempregados, solicitou oferta de trabalho aos seus amigos em diferentes cidades e, também, empregou inúmeras pessoas em suas terras.
- Pediu aumento de salário e condições mais dignas no trabalho de mulheres que estavam recebendo pouco e sendo exploradas.
- Fez, de forma exímia, o registro contábil de todas as receitas e despesas de sua obra de caridade.
- Foi vereador e presidente da câmera por inúmeras vezes, lutando pela vida digna de seus conterrâneos.
Toda quarta-feira, saía para fazer missão, propagando a Providência Divina e a devoção a São José, padroeiro dos trabalhadores.
Passou por inúmeras provações. Confiante na proteção Divina, em sua casa, protegeu as crianças e jovens da “gripe espanhola”, também conhecida como gripe de 1918, pandemia do vírus influenza incomumente mortal. Este virus infectou 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial da época.
No dia 06 de março, de 1924, Monsenhor entregou seu espírito a Deus. Em seu velório, vinha enorme romaria que circundava o esquife em que, inerte, estava o corpo do bondoso e santo sacerdote. A Igreja Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Caeté-MG, ficou superlotada e todos queriam beijar os pés de Monsenhor Domingos como a sua derradeira despedida.
A VIDA CARISMÁTICA DO SERVO DE DEUS DOMINGOS
No dia 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre Livre, que, por uma parte, colocava em liberdade os filhos de escravos, mas, por outra, ameaçava a proposta evangélica da filiação adotiva (cf. Gl 4,5-6). Inúmeras crianças ficaram expostas a uma situação vulnerável e de risco, pois seus pais continuavam escravos. O Espírito que estava presente no ato criador continua presente na criação e suscita sempre novas formas de relação para recompor a comunhão sonhada por Deus.
Diante da forte ameaça sofrida por estas crianças indefesas, Monsenhor Domingos Evangelista Pinheiro sente o apelo evangélico para defender o direito humano de ser livre segundo o projeto salvífico de Deus. Por isso, ele se empenha no processo de conversão para transformar, por dentro, as estruturas da sociedade, a fim de que respeitem e promovam a dignidade da pessoa humana e abram-lhe a possibilidade de alcançar sua vocação suprema de comunhão com Deus e das pessoas entre si. [cf. p. 678 dicionários de espiritualidade]. A atenção de Monsenhor Domingos se volta, sobretudo, para as meninas, visto que, em nossa sociedade, a mulher já era, desde então e até os nossos dias, menos favorecida.
Para concretizar sua fé e o seguimento a Jesus Cristo, Monsenhor Domingos fundou, no dia 25 de agosto de 1878, o Instituto São Luís, com a missão de acolher as filhas de mulheres escravas. Monsenhor Domingos foi o verdadeiro ventre livre a acolher a humanidade escravizada, foi o solo da terra santa e o bálsamo para as almas feridas. Sendo ele o Evangelista da Piedade, por meio de sua sincera caridade, permitiu que pessoas escravas se tornassem fecundas, geradas e arvorecidas no projeto libertador de Jesus Cristo.
Na história brasileira desta época marcada pela desigualdade e injustiça, Monsenhor Domingos promoveu a igualdade educando e formando as primeiras professoras negras do país. Sua obra foi um berço de acolhida misericordiosa rompendo com a discriminação racial e selando a verdade de que todo ser humano é imagem de Deus no mundo. Por isso, todos nós somos livres para viver o dom da inteligência abertos à realização do reinado de Deus no mundo. Assim, Monsenhor Domingos rompeu com a cadeia da lei que é servidão (cf. Gn 3,4) e mostrou, à sociedade e à Igreja, o rosto de Jesus que é a revelação do ser humano livre! (cf. Jo 8,32; 2Cor 3,17; Gl 5,13).
Pautou seu referencial de educação em investimento na inteligência, na memória, na sensibilidade e na vontade. Acreditou que a Educação era o caminho para espancar as trevas da inteligência e promover pessoas livres.
A Lei do Ventre Livre, ainda hoje, ronda nossa sociedade. A palavra “ventre”, além do sentido literal, tem, como representação, o sentido figurado de âmago, íntimo, coração e alma. O ventre materno, o âmago e o coração, é hoje, para nós, o palco do cuidado para que o ser humano não caia no caos e na destruição da vida. Somos interpelados a identificar todos os tipos de calvários e ameaças que se voltam contra o fruto do ventre materno: o ser humano.
Fomos criados para conviver uns com os outros. A vida é feita de encontros. Nestes, devemos ser bênção na vida das pessoas. Isabel, ao se encontrar com Maria, proclama: “Bendito é o fruto de teu ventre” (Lc 1,42). Simeão profetisa que uma espada de dor traspassaria a alma de Maria (cf. Lc 2,35). Quais as espadas que trazem profundas sombras no ventre, no coração, na alma dos pais que hoje clamam por seus filhos? Percebemos que Monsenhor Domingos, em sua trajetória, foi bênção derramada na vida de muitos. Ele cuidou dos frutos de muitos ventres que se encontravam em risco, consolou corações transpassados pela crueldade de alguns gananciosos.
Monsenhor Domingos, diante da realidade de sua época, ao ver crianças indefesas e em situação de escravidão, acreditou na Providência Divina e deixou-se guiar pelo Espírito no intuito de ajudar aquelas crianças a crescerem com dignidade de filhas de Deus. Por isso, ele apontou Jesus nos braços de Maria, a Senhora da Piedade. Ela acolhe e ampara os filhos de Deus. E foi com ela que Domingos aprendeu a viver o projeto de Deus, que supõe vida plena para todos. Desta forma, ele também apontou, para o ser humano, o colo da Mãe como lugar do abraço, da acolhida, em que aquele que sofre se recompõe para assumir a jornada da vida, a sua jornada de filho.
Em 28 de agosto de 1892, Monsenhor Domingos fundou a Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade para ajudar-lhe no processo de libertação das crianças filhas de escravos. No calvário da humanidade sofrida e escravizada, surge, sob a moção do Espírito Libertador, o Carisma das Irmãs Auxiliares: como Nossa Senhora da Piedade, elas deveriam ser mulheres geradoras de vida na acolhida aos crucificados mortos-vivos na história. Trata-se de viver o dinamismo de Jesus de Nazaré que veio para que todos tivessem vida em abundância (cf. Jo 10,10).
A dinâmica da vida doada de Jesus passou pela cruz. Isto nos ajuda a refletir sobre a máxima revelação do amor de Deus por nós ao se deixar ser crucificado. No entanto, a última palavra não é da morte, mas sim da Vida. Desta forma, o calvário passa a ser um lugar que nos convoca a meditar nossa vida cristã. Ele pode ser um lugar de renovação, pois é local de perdão (cf. Lc 23,24). Todos passamos pela dor e pelo sofrimento e querer fugir deles pode ser danoso, pois de que adianta, ao ser humano, ganhar o mundo se ele perde sua vida? (cf. Mt 16,26). É preciso reconhecer-se necessitado do perdão de Deus, acolhê-lo e, a partir do ser perdoado, perdoar os irmãos para, juntos, viverem o dinamismo do reinado de Deus, que supõe a fraternidade.
O calvário tornou-se, para nós, o lugar da filiação marial. Jesus, ao nos dar sua vida, nos oferta, também, sua Mãe (cf. Jo 19,26). O calvário é lugar onde testemunhamos a solidão humana, as noites escuras, as dores mais profundas e os gritos dos sofridos. “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?” (Mt 27, 46). No entanto, ele também é lugar de onde jorra a água da vida (cf. Jo 19,34) que, ao mesmo tempo, provoca em nós a sede que tinha Jesus (cf. Jo 19,28). Sede de dignidade humana, de justiça e de paz. O calvário é o espaço da consumação (cf. Jo 19,30), certeza da missão cumprida. Jesus vai até as últimas consequências para resgatar a vida e promover a esperança. Assim, Jesus nos ensina a sermos fiéis até o fim, pois o calvário é também o lugar de total confiança e entrega filial ao Pai. Jesus não morre no desespero, mas na confiança filial. “Pai, em tuas mãos, entrego o meu espírito” (Lc 23,46). Somos convidados a enfrentar a dor e o sofrimento, abandonando-nos nas mãos amorosas do Pai.
A partir desta experiência de cruz na vida de Jesus, Monsenhor Domingos fez uma profunda experiência do Deus encarnado na vida e, por isso, questionou as injustiças; convocou à conversão e congregou mulheres que o ajudassem no resgate da humanidade escravizada. Assim, ele queria que cada Auxiliar da Piedade fosse o “eco de sua voz e o suspiro de seu coração”. (Conferência de Mons. Domingos – Fidelidade às Regras – pág. 38), na proclamação do amor misericordioso de Deus.
Diante da cruz que aquelas crianças carregavam assim como, também, seus pais que permaneciam escravos, o Fundador enxerga o Cristo que continua sendo crucificado nestas vidas inocentes. Por isso, ele lança o olhar para o alto, para a Serra da Piedade, a fim de buscar uma inspiração de como ajudar essas pessoas. Ele vê Maria, a Virgem da Piedade com Jesus, seu Filho, morto em seus braços e entende que ele deve auxiliar estas pessoas em seu processo de libertação, pois foi para a liberdade que Cristo nos libertou (cf. Gl 5,1).
Em vida, Monsenhor Domingos cultivou uma imensa confiança na providência divina e, com o olhar sempre voltado para a Mãe da Piedade, foi instrumento do amor misericordioso de Deus na vida de todos que a ele acorriam em suas aflições.
Este santo Homem de Deus trabalhou incessantemente para libertar todo ser humano das marcas da opressão que aflige e adoece os corpos e as almas. Sustentado por sua infinita fé e sabedoria espiritual, Monsenhor buscava a promoção da pessoa humana, que é criatura de Deus, acolhendo, em seu próprio coração, suas aflições e angústias, a fim de confortar e curar os males daqueles que necessitavam sentirem-se dignos e, abençoando-os, promovia a vida plena.
Em oração, ao Servo de Deus Monsenhor Domingos, devemos acorrer em busca da força para a superação de toda opressão, aflição, angústia e todo medo que ferem nossos corações, corpos e almas nessa vida. Confiantes em sua poderosa intercessão, sentamo-nos acolhidos na misericórdia divina.
MEMORIAL DO MONSENHOR
Conheça a vida e a obra do Servo de Deus Domingos Evangelista Pinheiro visitando o Memorial que abriga seus restos mortais e uma exposição permanente com peças de barro sobre sua história de vida que impressiona os visitantes.
Localizado no Recanto Monsenhor Domingos:
Rodovia MG 435 Km 6
CEP 34800-000
Caeté/MG
CANTIGA DE MONSENHOR
HINO DO MONSENHOR
ORAÇÃO PARA BEATIFICAÇÃO DO SERVO DE DEUS DOMINGOS
Pai Santo,/ vosso amor misericordioso se manifestou,/ copiosamente,/ no coração sacerdotal de vosso filho amado Domingos, / zeloso e sábio,/ simples e acolhedor. Concedei-nos a dádiva da beatificação deste Homem de Deus,/ sacerdote justo e bom./ Reconhecidos que somos ao considerar sua sabedoria espiritual,/ dele nos faça aprendizes,/ inundando-nos no vosso amor misericordioso. Certos de sua presença na presença amorosa e infinita do vosso amor, Pai Santo,/ confiantes,/ por intercessão do amado Servo de Deus Domingos,/ vos pedimos a graça………/ Comprometemo-nos em fazer o bem,/ cuidar dos pobres,/ proclamar a Palavra/ e fazer, de todos os irmãos e irmãs,/ Auxiliares da Mãe da Piedade,/ fecundando corações e mentes,/ ambientes e sociedade / com a convicção do amor maior!/
Amém.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
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SERVO DE DEUS DOMINGOS
Servo de Deus Domingos Evangelista Pinheiro foi um homem de Deus. Ele passou servindo a Deus e beneficiando aos homens. Toda sua vida foi admirável, mas sua pureza de costumes, os benefícios de suas obras apostólicas e a confiança na providência Divina diante dos sofrimentos foram suas características predominantes.
Como reconhecimento a tanta benemerência, a Santa Sé, honrou-lhe com o título de Servo de Deus. Em 1905, o papa Pio X referiu-se a ele, destacando sua integridade, tenacidade, o zelo religioso para com o ministério, a atividade missionária, o labor e o cuidado em favor dos pobres, dos órfãos, dos enfermos.
Servo de Deus Domingos era lembrado também por saber juntar a santidade das obras à simplicidade da vida. Era um protótipo de pureza e caridade, que eram a luz e o calor de sua alma. Trabalhou sem trégua e sem férias durante mais de meio século de sacerdócio.
Domingos cresceu frequentando o Santuário de Nossa Senhora da Piedade.
Entrou para o seminário de Mariana, e sua ordenação aconteceu no dia 17 de janeiro de 1869. Sua primeira missa foi celebrada em cinco de fevereiro de 1869. Nessa missa foram proferidas palavras que tiveram perfeita realização na pessoa de Domingos: “Deus prefere os fracos aos olhos do mundo… E os faz fortes pela graça.”
Sua missão enquanto padre foi crescendo e, sendo grande devoto de Nossa Senhora da Piedade, em 1892, fundou a Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade. Servo de Deus fundou a Congregação com doze jovens, sendo que algumas delas eram negras e filhas de escravos. Contra todo tipo de discriminação, acreditando que todos somos filhos de Deus, manteve seu coração aberto as bênçãos dos céus e estendeu estas graças às demais gerações.
Servo de Deus Domingos era conhecedor do coração humano, dizia ele que: “No confessionário, no púlpito e na direção das almas o segredo do êxito está em levá-los pelo amor a Deus e não pelo temor… Um sermão aterrorizador tem um efeito muito efêmero. Quando se chega a inculcar o amor de Deus nas almas, as coisas deste mundo não desviam mais do seu divino Norte, a bússola da alma – o coração.”
Em confessando a um fiel, Servo de Deus abraçava-o e dizia: “Derrama no meu o teu coração. Nada receeis, tem toda confiança.” Servo de Deus Domingos se fez hóstia viva do amor a Nosso Senhor. Assim como o fogo alumia, abrasa e queima, também a graça de Deus, fogo de divino amor, comunica às almas o brilho da pureza, o calor da caridade e o holocausto dos sofrimentos. Ele tinha sempre em mente as formais lições do divino Mestre: “Quem não carrega a sua cruz, não pode ser meu discípulo.”
Domingos Evangelista era um mestre na ciência do sofrimento, tão ignorado pelo mundo. Em 1924, faleceu, entregando seu espírito a Deus, não como quem morria, mas sim docemente, como uma criança ao adormecer nos braços de sua Mãe.
E assim foi sua história, uma alma cheia de nobreza cristã e dignidade sacerdotal, um espírito cheio de graça, um coração cheio de caridade, transbordante para todos, um semblante sempre alegre e jovial, num corpo sempre sofredor, apesar de avantajado na estatura e estrutura. Uma fisionomia extraordinariamente simpática, de cor branca e olhos azuis, emoldurada por cabelos alevantados e alvíssimos. Eis um ligeiro perfil desse grande mineiro, desse grande patriota, desse grande sacerdote, sempre querido de Deus e dos homens, para sempre abençoado.